Biografia

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BIOGRAFIA JOSÉ DOS REIS VIEIRA José dos Reis Vieira mais popular (Zezinho), nasceu na cidade de Morrinhos no Estado de Goiás no dia 0...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A IMPORTÂNCIA DE DESENVOLVER HÁBITOS DE LEITURA E COMPREENSÃO

A IMPORTÂNCIA DE DESENVOLVER HÁBITOS DE LEITURA E COMPREENSÃO

José dos Reis Vieira

Pedagogo
RESUMO

            O mundo da leitura é muito diversificado, pois ler envolve todos os sentidos do leitor, é uma atividade em que quem lê, não usa somente a sua mente, pode-se dizer que leitura é algo nato, que já está dentro de todo ser humano, o homem é um ser completamente envolvido pelas diversos tipos de leitura, com uma única diferença de um tipo de leitor para outro, que é o incentivo que cada um teve para desenvolver o seu hábito de ler. O professor do Ensino Fundamental deve-se preocupar basicamente em desenvolver métodos de estimular o seu aluno a ser um bom leitor, tanto no que diz respeito aos tipos de textos em si, quanto à compreensão daquilo que se espera de cada faixa etária do desenvolvimento do aluno. Ler e interpretar o que leu são fatores fundamentais para que o ser humano tenha uma vida evidentemente muito melhor.

Introdução


Dentro do universo escolar, vemos uma diversidade infinita de leituras, que são partes fundamentais da vida diária dos educandos, para que ler? Como ler? E por quê ler? Estas três perguntas são muito importantes para que o professor possa traçar seu plano tentando sanar um problema que parece crônico dentro de todas as escolas, o de desenvolver o hábito de ler nos alunos de 1ª a 4ª série. Que não é um problema somente da primeira fase do Ensino Fundamental, mas que deve ser trabalhado nesta fase para que não seja sacrificada toda a vida acadêmica do educando, ou seja, quanto mais cedo for trabalhado, melhor será o resultado alcançado pelo professor e evidentemente, melhor será a carreira escolar do aluno, pois quem escreve, tem que saber o que escreveu, e com quem lê não deve ser diferente, o leitor deve entender o que leu para ampliar de forma satisfatória todo o seu universo escolar.

Desenvolvimento

O professor não possui uma varinha mágica é verdade, mas tem em suas mãos as armas adequadas e bastante suficientes para não deixar o seu aluno à mercê da sorte, isto não quer dizer que ele não encontre problemas, pois numa sala de aula há diferentes tipos de aprendizagens, e o professor com certeza, terá que ser muito dinâmico para não deixar que o seu trabalho caia na mesmice e se perca no vazio, que é o acontecimento maior dentro de nossas escolas, por falta de tempo, ou por falta de metodologias suficientes às expectativas dos alunos, estes não conseguem desenvolvimento adequado e se conseguem não têm estímulo necessário para desenvolver o hábito de leitura e compreensão, fazendo o trabalho pedagógico muitas vezes serem recalcados apenas na leitura e reprodução dessa leitura, pois o que se pretende realmente buscar é a compreensão daquilo que está escrito em cada tipo de leitura, para isso é necessário que o aluno entenda que a sua leitura não acontece somente ao decodificar a escrita, está nos diversos momentos de sua vida, e de uma forma bem ampla, ou seja, independentemente de estar ou não dentro da escola ele já está em contato com a leitura de mundo, e quando ele sabe interpretar bem esta espécie de leitura, entra na escola com uma vantagem a mais sobre as outras crianças.
Para o professor da 1ª fase do Ensino Fundamental desenvolver o hábito da leitura nos seus alunos, precisa acreditar nas possibilidades de fazê-los viajar pelo mundo maravilhoso que é a leitura, pois é ela que nos leva a conhecer lugares tão fascinantes e inimagináveis pela nossa mente, e é ela que faz com que o aluno sem sair do seu mundo, adentre em mundos fantásticos que só poderia se tornar realidade ali, dentro das páginas de um livro, por tamanha diferença que existe entre o concreto e o abstrato, porque é através da leitura que essa diferença será aos poucos desestruturada, fazendo com que o aluno se coloque num patamar completamente favorável ao desenvolvimento de suas habilidades nas outras áreas do conhecimento.

Mas o que fazer e como fazer para que o aluno de 4ª série comece a se interessar pela leitura?

Esta pergunta não poderá ser respondida sem que o professor tenha antes de tudo feito um diagnóstico profundo com sua turma, ou seja, elaborar primeiramente um questionário em que dentro dele esteja todas as indagações necessárias para atender as expectativas do professor referente às diversas fases de leitura. Depois de elaborado, o professor deverá aplicar esse questionário para toda a turma, de forma a ter um resultado real, ou seja, nada de fazer amostragens, porque na amostragem não dá para se ter um resultado real, e sem o resultado verdadeiro, o professor fica restringido apenas repetir tudo que já foi feito por outras pessoas. Ele não consegue estipular os objetivos do seu trabalho, e nem consegue fazer com que o aluno perceba qual seria realmente o papel no desenvolvimento literário.
Depois de feito o questionário com os seus alunos, o professor deverá prestar muita atenção nas respostas dos educandos, pois será na resposta de cada um que ele fará sua atividade render e desenvolverá atividades diferenciadas de leituras, como por exemplo, há uma quantidade de alunos que gostam de poesia, há outro grupinho que gosta de música, um outro porém, prefere os contos, etc. neste infinito de alternativas, nota-se que o professor não deverá forçar o aluno a seguir nenhum dos grupos, mas também, quando por acaso, encontrar alguém que goste de todos os tipos de leituras, deverá fazer deste aluno, um modelo para os demais, assim, todos os alunos se sentirão estimulados no desenvolvimento da leitura e terá facilidade de interpretação da mesma.
A dinâmica do professor é sem dúvidas papel primordial no desenvolvimento do hábito de ler do seu aluno, pois ele não deverá pregar aquilo que ele não acredita, só poderá passar para o seu aluno aquilo que ele tem como certeza, não esquecendo também que como formador de opiniões, deverá desenvolver a questão da afetividade, que é uma tarefa para poucos, pois dentro de uma sala heterogênea, onde existem crianças em diversos níveis de aprendizagem, ele deverá nivelar, pelo menos no que diz respeito à leitura, ou seja, cada um dos grupos deverá ser trabalhado individualmente, respeitando a resposta de cada um no seu questionário. Aqui não se pretende dar a resposta pronta, mas fazer o professor trabalhar de forma a respeitar o aluno como um ser de conhecimento limitado, onde ele deverá transformar esse conhecimento limitado em horizontes fantásticos e infinitos dentro do mundo globalizado da leitura.
Quem precisa do conhecimento não é só o aluno, o professor como mediador, aquela pessoa que tem a obrigação de aproximar cada vez mais o educando ao saber, precisa estar sempre refletindo a sua prática, pois é através dessa reflexão que ele encontrará meios de estar sempre progredindo o trabalho realizado por ele dentro de sua sala de aula. Aceitar os erros e transformá-los em acertos só é possível quando o professor não se deixa levar pelo primeiro momento, ou melhor dizendo, na leitura, a primeira impressão não é a que fica, o aluno é um ser capaz de transformar a sua realidade, para isto precisa apenas que o professor acredite no seu potencial, e este, com certeza, é o primeiro passo para que o trabalho com a leitura dê resultado não só dentro da sala mas em todos os momentos da vida.
Outro fator de muita relevância, é que o professor não pode deixar o seu aluno desestimulado, precisa, a todos os momentos incentivar a leitura, explicar a razão dos alunos serem bons leitores. O estímulo deverá ser constante, e não frustrante, porque o professor não poderá deixar todo o seu trabalho ir por água abaixo. Também cabe ao professor não desistir daquele aluno que não se intera com os outros, precisa sim, estimulá-lo muito mais que os outros de forma a evidenciar para ele que todo processo humano depende da interpretação que cada um faz em relação ao ato de ler. Transformar a realidade da sua sala de aula, é uma tarefa que deverá ser muita bem planejada, caso contrário, o professor cairá na mesmice ou até poderá sofrer um ataque de nervos, por não estar conseguindo elevar o nível intelectual de seus alunos, e nem fazendo compreender aquilo que realmente buscava dentro do universo escolar.
De acordo com ANTUNES 2000 “A leitura freqüente de textos é muito importante na formação de uma pessoa porque a obra de arte oferece interpretações do mundo que estimulam a  reflexão e o conhecimento e um professor apaixonado pela leitura de textos literários influencia naturalmente seus alunos a se transformarem em bons leitores”.
As atividades com leitura, não podem e não deverão se restringir somente aos muros da escola, deverá ser algo constante na vida dos alunos, o professor deverá conversar com os pais, buscar formas de retirar os alunos para excursões literárias, ensaios teatrais, recitais de poesias, fazer concursos de músicas com videokaraokê, e várias outras atividades que coloquem as crianças em contato com uma infinidade de leituras. O professor em nenhuma hipótese poderá forçar o aluno a fazer determinada atividade, pois se o aluno não gosta de ler, com certeza deverá ter uma razão para isto, também não deverá escolher o texto para ele, mesmo que ele tenha respondido que gosta de texto tal no seu questionário e tenha escolhido outro texto para ler, deixe-o pois do contrário, o vínculo afetivo estará sendo cortado e ele terá muito mais dificuldade para trazê-lo de volta, e se ele escolheu certa leitura para fazer isso quer dizer que ele está se interessando.
Para os alunos que gostam de poesia o professor poderá realizar um mini concurso dentro de sua sala de aula, dependendo do número de alunos que escolheram essa opção, caso o número seja muito pequeno, ele poderá fazer uma parceria com as demais turmas da escola e realizar o concurso com toda escola. Neste tipo de atividade, o professor deverá escolher diversos livros de poesias, entregá-los aos alunos para que eles possam escolher por livre e espontânea vontade as poesias que serão recitadas por eles. Depois terá um tempo para que os alunos possam decorar, pois somente assim é eles poderão colocar mais vida naquilo que vai ser exposto. Se o trabalho for realizado na escola, o professor poderá dar algumas sugestões, e ensaiar cada qual o seu aluno.
Para aqueles que gostam de teatro, o professor poderá, inicialmente fazer pequenas dramatizações dentro da sala de aula, através de fábulas, ou outros contos infantis, sempre dando oportunidades para que o aluno interprete aquilo que leu, ou seja, não se espera que ele decore o texto, mas que compreenda aquilo que leu, podendo usar falas diferentes das usadas pelos personagens do texto, ou mesmo se o texto não tiver falas colocar falas suficientes para que quem estiver assistindo tenha uma boa compreensão do que foi exposto. Este tipo de atividade deverá ser iniciado na sala, mas não quer dizer que os alunos ficarão somente dentro da escola, poderá ser ampliado o número de apresentações para diversos outros locais, assim, os alunos aumentarão o estímulo para estarem sempre em evidência, e cada vez mais tornando leitores realmente ativos, e capaz de compreenderem realmente o que leram.
Para os que gostam de contos, imagina-se que são aqueles alunos que se encontram mais em contato com a leitura, ou seja, estes poderão ser trabalhados em rodas de leituras, onde cada um poderá de forma simples, expressar o que está contido em cada texto que foi lido por ele, provavelmente, com o incentivo relativo do professor, ele poderá se deslanchar, e será capaz de em muito pouco tempo ser um leitor assíduo da biblioteca escolar, quando a escola não possui esta biblioteca, fica comprometido o incentivo a este aluno, então o professor poderá recortar contos de jornais, e outras leituras de livros e levá-las para a sala de aula a fim de proporcionar aos alunos o contato sempre presencial com o mundo literário.
Independentemente da atividade trabalhada, o professor deverá estar disposto a doar uma parte do seu tempo para o desenvolvimento do seu aluno, caso ele não disponha deste tempo, é melhor que ele nem comece um trabalho dessa grandeza, pois é através deste tempo que o aluno será acompanhado por ele. Dentro da sala de aula não há espaço para que os ensaios aconteçam, e se o professor for fazer isso dentro da sala de aula, a empolgação das apresentações será prejudicada, pois os alunos que ensaiam na maioria das vezes não gostam de apresentar para a sua própria turma, é preferível que esteja na frente de pessoas desconhecidas para que a inibição não venha prejudicar o trabalho realizado.
Uma criança que tem contato direto e que participa das  diversas leituras, sempre compreende mais, sempre tem melhor dicção, facilitando assim muito o seu desenvolvimento, tanto na leitura como na escrita, a sua interpretação também melhora sempre que for repetido a mesma apresentação, cada vez, ele melhora, e cada vez mais ele cria capacidade de ver aquilo que ele interpretou de forma mais ampla. No universo literário há uma grandiosa fonte de inesgotáveis possibilidades, e não há como negar de que o mundo da leitura é a capacidade que as pessoas tem de poder viajar sem sair do seu lugar, conhecendo assim horizontes fantásticos capazes de elevar cada vez mais o hábito pela leitura.
Um professor que não busca selecionar os tipos de leituras poderá estar destruindo, ou fragmentando um canal muito importante para o aluno que é o de estar em contato com textos de qualidade, porque dependendo do texto que for colocado e da idade do educando certamente, ele estará ao invés de incentivando a leitura, podando o aluno nas suas expectativas de conhecer cada vez mais os mistérios que existe no mundo fabuloso e fantástico dos diversos gêneros literários, também sabemos que, a interpretação da leitura não deve ser forçada, mas algo que, através do incentivo feito pelo professor, é desenvolvido na criança de forma gradual, ou seja sem que ambos percebam, há um insight, e o aluno estará cada vez mais dentro do universo literário, e crescerá gradativamente a sua vontade de procurar mais e mais as leituras, e através dessa busca, ele estará muito mais incentivado a procurar dentro de suas possibilidades aquilo que tanto prejudica os nossos alunos, o gosto pela leitura.
A leitura não deve ser algo cansativo, pois a leitura exaustiva em certa época do desenvolvimento da criança poderá para sempre marcá-la e transformá-la numa das pessoas que odeiam a leitura, e se isso acontecer, é porque o professor, de alguma forma interferiu de maneira decisiva para que isto viesse a acontecer. O professor deve ser um incentivador, não um podador, de expectativa, pois ele tem uma tarefa muito difícil, que é o de transformar a realidade virtual de seus alunos, para assim também, através de seus próprio esforço e estímulo, desenvolver os hábitos de leitura, para transformar também o real de seus alunos.
Imaginar leitura, sem sofrimento só é fácil para quem já tem o hábito de ler, quem não possui este hábito com certeza terá muita dificuldades para desenvolvê-lo, só o fato de ter que passar de uma realidade para a outra já é motivo de muita angústia, tanto por parte do professor, tanto por parte do aluno. Para o professor chega a ser mais difícil, porque ele tem de ver o seu aluno progredindo para se satisfazer, e a demora do aluno é o tempo que gera a sua angústia, ou seja, é neste intervalo que existe entre o real e o imaginário, que está o resultado de seu trabalho, quanto mais demorar o aluno para se desenvolver, maior será o sofrimento do professor enquanto profissional.

 Conclusão

Leitura e sua interpretação são portanto algo que se busca, em todos os momentos da vida escolar, como diz o ditado “Escreveu não leu, o pau comeu!”, e para que isto não venha acontecer de forma suntuosa dentro de nossas escolas, precisamos ter pessoas que se dedicam e que de alguma forma “desperdicem o seu tempo”, para se doarem um pouco mais aos seus educandos, pois o tempo que se perde quando este aluno está lá no Ensino Médio ou Faculdade é muito maior, porque nós encontramos pessoas completamente transtornadas e forçadas a fazerem uma coisa que não tinham o costume de fazer, ler... ler... e ler.


BIBLIOGRAFIA

ANTUNES, Walda de Andrade. Lendo e Formando Leitores. Editora Ática – São Paulo, 2000.

BENCINI, Roberta. Hora da Leitura. Compreender, eis a questão! Revista Nova escola. São Paulo, nº 160, p.48-50, março/2003.

CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura Infantil. Coleção Primeiros Passos – Editora Brasiliense. 5ª ed. São Paulo, 2001.

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 44ª ed. São Paulo. Editora Cortez, 2003.


PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: Língua Portuguesa/Ministério da Educação. Secretaria de Educação fundamental. – 3ª ed. – Brasília, 2001.

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