Biografia

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BIOGRAFIA JOSÉ DOS REIS VIEIRA José dos Reis Vieira mais popular (Zezinho), nasceu na cidade de Morrinhos no Estado de Goiás no dia 0...

domingo, 2 de fevereiro de 2014

INTERDISCIPLINARIDADE

A INTERDISCIPLINARIDADE


RESUMO

            Dentro das escolas se tem falado muito de interdisciplinaridade, mas devemos ter o cuidado necessário para que o trabalho aluno-escola, professor-aluno e professor-escola, não seja fragmentado a um espaço bastante restrito, pois o trabalho docente deverá estar voltado para o crescimento amplo do seu aluno, é preciso que para isso sejam desenvolvidas atividades necessárias para o crescimento tanto pessoal quanto cognitivo desse mesmo aluno, não esquecendo porém que, como mediador, o professor deverá estar disposto a estimular o seu aluno através da afetividade, que deverá ser o trabalho principal do professor, esta, sem dúvida é a metodologia, que deverá ser adotada por todo o professor preocupado com o desenvolvimento do seu aluno, pois dele dependerá o sucesso ou o fracasso de toda atividade docente.

Palavras-chaves: Interdisciplinaridade, desenvolvimento, escola, disciplina, atividades.

Quando se fala de interdisciplinaridade o que se vem na mente?

            Para início de conversa, interdisciplinaridade é uma palavra complicada, para se dizer e para praticar, pois nas duas últimas décadas as pessoas escrevem-na e fala muito sobre ela, mas não sabem realmente o que eventualmente vem a ser a sua essência, de fato. O trabalho interdisciplinar não é, e nunca será, uma atividade alheia ao processo ensino-aprendizagem, só pelo fato dos professores estarem em sala de aula, já devem estar de alguma forma executando mesmo que de maneira inconsciente a interdisciplinaridade, ou seja, podem até não saber trabalhar, mas de alguma forma trabalham.
            É claro que para que a sala de aula não seja completamente aniquilada, com propostas inovadoras que não dão oportunidades ao professor de fugirem do mecanismo globalizado nos conteúdos dos livros didáticos e nos currículos extra-escolares, é necessário que o profissional da educação esteja em contato realmente com a necessidade do seu aluno, e faça com isso o seu trabalho ser muito mais dinâmico do que realmente é, porque a escola necessita de tempo, e interdisciplinaridade para quem entende e sabe trabalhar com esta nova proposta ao ato de ensinar.
De acordo com Fazenda 1995, “O nível transdisciplinar seria o mais alto das relações iniciais nos níveis multi, pluri e interdisciplinares. Além de se tratar de uma utopia, apresenta uma incoerência básica, pois a própria idéia de uma transcedencia pressupõe uma instância científica que que imponha suas autoridades sobre as demais, e esse caráter impositivo da transdiciplinaridade negaria a possibilidade do diálogo, condição sine que non para o exercício eletivo da interdisciplinaridade”.
            Um professor que desenvolve com eficácia o seu trabalho dentro de sua sala de aula, certamente terá mais oportunidades de praticar atividades interdisciplinares com seus alunos, possuindo também, um melhor desenvolvimento com os conteúdos propostos por ele para a sua turma. É evidenciado também, quando se fala de interdisciplinaridade, que o professor domine todas as disciplinas (Português, Matemática, Ciências, Geografia, História, Educação Religiosa, Artes, Educação Física, Inglês, etc.) quando falamos da primeira fase do Ensino Fundamental, ou seja ele deve desenvolver atividades que sirvam, e que de alguma forma seja uma ponte entre uma e outra disciplina, e para fazer isso, precisará estar sempre atualizado e por dentro da realidade de mundo, e do mundo que cerca o seu aluno.
            O trabalho interdisciplinar é muito importante para o professor desenvolver no seu aluno algo mais, é um momento em que todo o trabalho pedagógico pode ganhar, através da estruturação correta, e do desempenho do professor, para que ele de forma criativa e dinâmica se encontre dentro do espaço de sua sala de aula, e faça uma viagem fantástica ao mundo real das disciplinas estudadas por todos os seus educandos, é sem dúvidas, dar créditos na sua própria forma de ver o mundo e de repassá-lo aos seus alunos. O professor, trabalha ao mesmo tempo um amontoado de conteúdos, sem perder a essência daquilo que precisa buscar para o seu aluno, ou seja, ele precisa despertar no seu aluno o interesse e a participação no desenvolvimento entrelaçado de atividades, e sem que o aluno perceba, algumas dúvidas cruciais do seu processo de ensino-aprendizagem estarão aos poucos sendo respondidas.
            Acreditar no seu trabalho e no potencial do aluno, também são características fundamentais do professor interdisciplinar, caso contrário todo o esforço necessário para o bom andamento de suas atividades, deverão ir por água abaixo, porque por mais que ele se esforce, e por mais que esteja didaticamente comprometido, ele não pode nunca deixar o seu aluno à mercê de um emaranhado de dúvidas que sempre vão estar presentes no ato pedagógico. Então, o professor deverá estar completamente ciente de sua missão e ser um incentivador do seu aluno, pois só assim terá como cobrar, conhecimentos futuros, e desenvolver melhor sua proposta interdisciplinar.
            O professor que não consegue ter o seu trabalhado voltado para a interdisciplinaridade, e de repente, se vê obrigado a praticá-la, não terá o desempenho satisfatório em suas atividades, porque ele estará perdido dentro de sua mudança, ou seja, a sua sala de aula será completamente revirada de cabeça para baixo, e não saberá dosar a quantidade necessária de conteúdos com o conhecimento esperado de seus alunos. É praticamente desnecessário todo o esforço relacionado com cada disciplina se o professor não consegue estipular e construir uma ponte entre o tema abordado e todas as disciplina do currículo escolar.
            Em pesquisa realizada, sobre a importância da interdisciplinaridade como meio facilitador do processo ensino-aprendizagem na Escola Municipal Tancredo de Almeida Neves em Bernardo Sayão - Tocantins, notou-se que os professores dessa escola estão praticando o trabalho interdisciplinar, mas de forma que não se completam, ou seja, já que a escola é um todo, e os professores fazem parte de uma equipe, seria favorável um trabalho de grupo em interdisciplinaridade, para poder ter um desenvolvimento melhor em suas atividades pedagógicas. O gráfico 1 abaixo mostra o trabalho realizado pela equipe escolar, onde os docentes se vêem preocupados com o trabalho interdisciplinar, mas não sabem, ou não estão voltados completamente para ele, e o gráfico 2 expressa o sentimento dos alunos referente ao trabalho interdisciplinar realizado pelo seu professor. Ambos se vêem numa mesma situação, ou seja, o professor por um lado não oferece meios dos alunos estarem em contato com temas de sua própria realidade, já o aluno ainda não sabe buscar aquilo que realmente é necessário dentro do currículo escolar, porque ainda não tem maturação para isso. É claro que a responsabilidade maior é do professor, porque ele sendo um meio de levar o aluno até o conhecimento, deverá buscar metodologias adequadas para que isso aconteça.
            Alguns professores imaginam interdisciplinaridade, apenas pelo fato de que poderão ganhar tempo, mas não se organizam cronologicamente para isso, como por exemplo: certo conteúdo de História foi atrapalhado por causa de uma reunião, e o professor estava precisando dele, então pegou a aula de Português, deu um texto de história, fez a interpretação juntamente com seus alunos, e pronto foi resolvido o seu problema, em apenas uma aula, conseguiu passar o conteúdo de duas disciplinas. Este fato ocorre muito dentro de nossas escolas, pois a carga horária de cada disciplina é atrapalhada por causa de tantas atividades no núcleo escolar, o calendário é completamente atropelado pelo grande número de atividades extracurriculares que envolvem os professores que se vêem, muitas vezes perdidos num emaranhado de novas situações, que nem mesmo eles conseguem explicar. A verdade é que todo esse número de atividade reflete de forma negativa dentro da sala de aula, e o professor não tem controle de sua situação, se perdendo de vez dentro do espaço escolar.
            Há uma controvérsia muito grande referente ao ato interdisciplinar praticado por muitos profissionais, por um lado existe um pequeno grupo que diz trabalhar de forma interdisciplinar, e existe um outro que diz não trabalhar dessa maneira, ou seja, não estamos aqui para taxar o trabalho realizado pelos professores, mas sim para que juntos possamos refletir sobre a prática pedagógica interdisciplinar dentro de nossas escolas, porque se vê falando muito, mas na prática mesmo não estamos vendo praticamente nada. Para que se tenha um trabalho realmente eficaz no que diz respeito à interdisciplinaridade é preciso que cada um desempenhe o seu papel, tanto como interlocutor que é o caso do aluno, tanto como interventor que é o que o professor deve ser para o seu educando, ou seja em toda área de ensino os dois devem se equivaler, e o trabalho interdisciplinar só terá realmente êxito quando ambos se tornarem capazes de interagirem de forma satisfatória no desenvolvimento de suas atividades pedagógicas.
            É possível que ainda haja professores que cabulam suas aulas, e que fazem de conta que ensinam, e também há alunos que pouco se importam com esse acontecimento dentro da escola, pois se trata de algo mesquinho, pois uma pequena hora de enrolação, é muito pouco para uma vida inteira de desprazeres pedagógicos, é o que mais se vê dentro da prática cotidiana da sala de aula, pois professores desmotivados, desmotivam os seus alunos, e, aluno desmotivado não consegue ter raciocínio de que o estudo é importante, porque, como sabemos, quando não se tem certeza daquilo que se faz, há uma grande possibilidade de querer fazer e fazer errado, assim acontece com a interdisciplinaridade, os professores não compreendem bem do que ela se trata, e porque não entendem, praticam atos falhos ao processo pedagógico.
            Existem vários grupos de professores que se colocam em diferentes posicionamentos quando se trata da interdisciplinaridade, alguns trabalham com ela, mas não entendem porque trabalhá-la dentro da sala, outros porém, querem trabalhar mas não sabem como, um outro grupo porém não trabalha e nem quer saber de trabalhar dessa forma, ou seja a interdisciplinaridade é para esse grupo de professores algo que não vale a pena, por que se arriscar quando o que mais interessa é o controle do conteúdo a ser repassado para os alunos? É muito mais fácil não ousar, pois a ousadia poderá fazer com que ele perca toda a seqüência daquilo que teria como planejado para o seu aluno, se perdendo de vez, dentro do espaço de sua própria sala de aula.
Ser ou não ser interdisciplinar, eis a questão!
            Apesar de todas as exigências que pertencem à prática pedagógica do professor, não há uma preocupação por parte da escola de cobrar uma postura interdisciplinar dentro da sala de aula, porque isso ocasionaria muito mais trabalho tanto para a escola quanto para o professor. Às vezes o professor se torna interdisciplinar pela própria necessidade de ganhar tempo, mas não sabe que esta sua atitude poderá trazer graves conseqüências ao desenvolvimento de seu aluno, porque se precisa de atitudes que facilitem o trabalho pedagógico, ou melhor dizendo, o que ele precisa realmente é dedicação naquilo que está se fazendo, o professor deve se esforçar cada vez mais para que consiga realizar um trabalho evidentemente mais próximo daquilo que é esperado por ele e por todos os membros de sua equipe.
            Nenhum professor poderá estar isolado, o seu trabalho pedagógico deverá estar voltado para a interdisciplinaridade, pois todos devem estar na moda, e o modismo hoje é a interdisciplinaridade, mesmo sabendo que ela poderá não trazer conseqüências muito bem vinda à sua prática escolar. Às vezes por apenas um pequeno detalhe, o professor, deixa escapar a interdisciplinaridade e passar então a executar apenas uma mistura de conteúdos  dentro de sua sala, fazendo o seu trabalho progredir de forma fragmentada, o que não deve ser nunca buscado por um profissional que está de alguma maneira formando mentes, e estimulando conceitos de vida para os seus clientes. A interdisciplinaridade é algo que deve ser primeiramente trabalhado na mente dos professores para depois os colocar de volta para o trabalho corriqueiro da sala de aula.
            Querer ser interdisciplinar é muito fácil, basta que o professor trabalhe em sua turma todas as disciplinas do currículo de forma simples e eficaz, mas para realmente falando interdisciplinaridade não é fácil, precisa-se de um estudo muito bem aprofundado, e bastante contundente por parte tanto do professor como da sua equipe pedagógica. Para que o aluno desenvolva suas habilidades de forma cristalina é preciso que o professor compreenda as limitações do seu aluno e o mais importante, que ele também reconheça suas próprias limitações, para desenvolver com êxito todo o seu potencial interdisciplinar. 
            Muitos profissionais da educação, independentemente de ser ou não docente, acham que a interdisciplinaridade, é tão somente estipular um tempo para o desenvolvimento de cada espécie de ação, ou seja, com o professor jogando para o aluno ao mesmo tempo um conteúdo cabível em duas ou mais disciplinas, ele estará não somente ganhando tempo, mas conseguindo o objetivo maior da interdisciplinaridade, que é o de produzir com eficácia um elo de ligação entre todas as disciplinas do currículo escolar, só que se por um lado é aceitável este tipo de pensamento, por outro é praticamente impossível aceitarmos que o ato interdisciplinar se resuma apenas a isto.
            Ser interdisciplinar é necessário, mas é também imprescindível que o professor seja realmente comprometido com a proposta da sua escola, é estar sempre em contato com o trabalho dos outros docentes, porque interdisciplinaridade não é somente ser um mero retransmissor de conteúdos mesclados às vezes por uma necessidade alheia até a sua própria vontade, para tão somente satisfazer aos outros. O melhor sem dúvidas, é que o trabalho docente seja evidenciado e voltado completamente para as necessidades básicas do seu educando, para que não se perca no vazio de expectativas. Ser interdisciplinar é buscar alternativas de vida, dentro do espaço que se tem, ou seja, é basicamente um limite que existe entre a possibilidade de aprender uma disciplina, e o resultado alcançado tanto pelo professor como pelo aluno.
            Acreditar em todas as situações de aprendizagem é passo fundamental para que o professor seja interdisciplinar, porque é através da interação que existe entre educador e o educando é que se vê possibilidade maior para o professor ser realmente um agente transformador da realidade do mundo de seu próprio educando, ou seja, se não houver essa interação, o trabalho escolar e extra-escolar do professor ficará completamente prejudicado, tirando-lhe a chance de mostrar todo o seu potencial, pois é através da sua atitude é que terá o apoio necessário para o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e a capacidade de assimilação do educando.
            Diante de tudo que foi visto no campo da interdisciplinaridade, tanto na teoria quanto na prática da sala de aula, ainda se vê, pessoas completamente perdidas dentro do seu próprio espaço, ou seja, dominar apenas um conteúdo hoje, não é mais moda nem suficiente para acontecer de forma certa a interdisciplinaridade, o professor deverá estar por dentro de todas as disciplinas do currículo escolar, não quer dizer porém que ele tenha que ser um expert em todo conteúdo, mas que pelo menos, ele tenha uma noção básica de tudo que vai ser estudado pelo aluno, pois ele tem que estar preparado para ensinar não só aquilo que está dentro do livro didático, ele tem que ser muito mais do que um mero retransmissor de conhecimento, tem antes de qualquer coisa ser um facilitador do processo de formação do seu aluno. Hoje o professor que se limita apenas àquilo que está no livro didático, com certeza não deverá ter mais espaço dentro da escola, porque o que se pretende do profissional da educação é que ele seja o caminho entre o seu educando e o saber, entre o seu educando e a sua própria vida, ou seja o seu trabalho deixou de ser suficiente dentro da sala de aula e passou a ser uma necessidade na vida extra-escolar do seu aluno, certamente este deverá ser o perfil do verdadeiro profissional da educação no século XXI.
           



           
BIBLIOGRAFIA


FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: História, teoria e pesquisa, ed. Papirus, São Paulo, 2002.

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